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O que é possessão?

  • Foto do escritor: Rubens Carvalho
    Rubens Carvalho
  • 1 de jul. de 2019
  • 5 min de leitura



Pelo Padre Arnold Renz, SDS







Provas da existência do demônio: Elas encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras; nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos ensinamentos dos Papas, representantes de Cristo. Estes ensinamentos concordam: o demônio existe.


A ação do demônio: O demônio exerce um grande poder, não apenas pela sua ação íntima sobre os homens e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os afastar de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas pessoas através da possessão.


A Possessão: Embora a possessão não possa ser provada nem confirmada pela Ciência (Psicologia) ela tenta estudá-la, saindo assim da sua competência. A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo abstraindo dos ensinamentos do Magistério e das Sagradas Escrituras, ela foi experimentada por Santos (por ex: S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de Santa Teresa de Ávila, o Santo Cura d'Ars e tantos outros). A história da Igreja fornece um grande número de casos de possessão, que não são aqui mencionados.

É preciso grande prudência na aceitação de certos casos de possessão, pois existem doenças psicológicas que se assemelham muito a possessões. Há diferentes fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão. O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas mentalmente: é o chamado “exorcismus probativus.” Mas mesmo neste caso é possível que os demônios se escondam, que não se manifestem e não reajam. No caso de não reagirem, isso não prova que eles não estejam presentes. Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um fator importante é fornecido pelo comportamento perante objetos benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas, neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente que os objetos estão benzidos.

O comportamento perante a água vulgar e a água benta é um sinal da presença dos demônios. Certas pessoas tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta, mas a sua reação não é uma rejeição furiosa. A reação furiosa não se pode explicar dum modo natural.

Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo. Citamos apenas um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt(1). Estes demônios puderam ser expulsos. Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram durante dois anos, as crianças ficaram absolutamente normais.



O fracasso do exorcismo será um sinal negativo?

a) Se não há realmente possessão, o exorcismo não pode resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.

b) Há casos de possessão que têm um objetivo particular: por exemplo, a purificação de uma pessoa que vive no pecado ou o castigo para uma vida de pecado, mas também há especialmente casos de pessoas que se consagram ao diabo. Tais casos são, na maior parte das vezes, longos e exigem um esforço enorme da parte do exorcista, mas não são casos desesperados, sobretudo se a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com o Padre Rodewyk). (2)

c) Um caso particular de possessão é o que se chama “possessão expiadora.” As pessoas em causa não são pessoalmente culpadas. Podem, por exemplo, ter sido amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição dá efeito e noutros não? Continua a ser um mistério. Se certas pessoas aceitam sofrer por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A possessão obriga a um sofrimento horrível. A história mostra que os possessos que sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso dos meninos de Illfurt).

Há possessos que sofrem pela humanidade, pela Igreja ou por determinados grupos de pessoas, por exemplo, Sacerdotes.

d) Quando se consideram certos casos como, por exemplo, o de Nicolau Wolf, de Rippertschwand,(3) ou o de Altotting,(4) pode-se pensar que estes casos têm uma missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos evidentes, mas também pelas suas revelações. Podíamos citar aqui o caso que é objeto desta obra ou o caso Klingenberg.(5) As revelações feitas nestes casos devem ser consideradas um testemunho e um auxílio à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes casos resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se até à conformação com Cristo e a morte na Cruz. Anneliese morreu de fome e sede. O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: “Deus submeteu esta família e a todos os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna.” Acrescentaram depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse sido imediatamente elevada à eterna Bem-Aventurança, ficou muito alto, muito alto”(10 de Junho de 1977).

A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a um fracasso do exorcismo.

Em que é que consiste exatamente a possessão?

No caso dos possessos, o demônio não só toma posse da alma da pessoa, como é o caso do pecado grave ou “pecado mortal”, como também do corpo e das forças físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder dispor livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua vontade. Outro demônio apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra o que os demônios querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta de inteligência, a mais profunda, e a vontade, podem opor-se a todo o mal que os demônios querem impôr. Neste caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se pode falar de culpa, se durante a “crise”, ou depois dela, a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por exemplo, das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam do que tinha acontecido durante a possessão.

Muito especialmente, nos casos de “possessões expiadoras”, há o que se chama a possessão lúcida, isto é, a pessoa possessa sabe totalmente ou em parte, o que faz e diz. Nestes casos, estamos perante um sofrimento imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.

Causas da possessão: Resumindo: pode haver um pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode acontecer que a pessoa em causa se entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio sangue (o caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a práticas ocultas ou que tenha uma intenção especial: reparação ou algo semelhante.

A possessão e a Ciência: Satanás e a possessão pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao sobrenatural. Ela ocupa-se dos fenômenos. Se a Ciência discute sobre satanás ou sobre a possessão, ultrapassa os limites da sua competência e não merece crédito. O mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina.

É razoável e até aconselhável, quando se desconfia de que há possessão, pensar em primeiro lugar, nas causas naturais e também nas doenças psíquicas. Mas a razão exige que se atenda à possibilidade de uma possessão. Um exame cuidadoso do caso deve estabelecer as causas do estado da pessoa. O fracasso da Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal de possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: “Expulsai os demônios”(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve ser rejeitado.


A Possessão é uma doença?

Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto, pode atrelar-se a uma doença. Muitas das vezes, as doenças dos possessos desaparecem com a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela medicina.


Que é exorcismo?

O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por expulsar o demônio pela oração, por leituras da Sagrada Escritura, por adjurações*, intimações em nome de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz, a imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um erro pensar que basta um único exorcismo para expulsar os demônios. É um duro combate entre o exorcista e os demônios. Estes repetem constantemente: “Nós não somos obrigados a partir já.” É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.

 
 
 

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